Tenho andado ausente deste mundo, sei. Mas não totalmente. Assim, deixo-vos um caminho que desemboca num mundo onde sempre estive. É lá, neste mundo mais profundo que moro, sempre morei, lá morrerei. Um mundo além. O mundo da alma - sentir. Um abraço a todos...Bem Hajam...sempre...
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quinta-feira, 3 de abril de 2008
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
__MagiaS__
Existem magias que colidem contra a alma como lâmpadas de mercúrio, formas que ardem no céu como sorrisos de crianças que ecoam nas águas, um estranho murmúrio na monção. Há, no bosque uma geada circunscrita, sono de uma carta, uma letra que outrora fora dita. Há, na alma da floresta um girassol opalino, uma vereda subterrânea que desemboca numa língua submersa de paixão, àquele timbre que escala o sino, àquele laço que arrepia dois corpos em um só coração. Há, um fenómeno intenso no modo como a estação despe e enfeita a ramagem, o modo como a mulher assalta o coração de um homem, uma árvore de cera que arde no peito, meia dúzia de luzes que devoram no acender dos olhos, ou nas mil labaredas que ardem no magnetismo entre dois corações. De extremo a extremo, sopro a sopro, o sonho expede como viagem em febre, é por entre sombras e desenhos que a paisagem decifra o mistério e milagre, o verso que imploro pelo teu aconchego…amplidão, é este o teu nome, mulher de sentidos encantos e divina rebentação. Cabe no sonho…o meio das nossas bocas, um retrato escrito nas paredes incendiadas das mesmas, vírgulas e vírgulas de lânguidas formas ou sílabas cruzadas no êxtase das nossas línguas, há, no sonho uma estrela que se infiltra no nosso suor, que tremula e rutila como inesperada vaga que banha os limos de puras seivas, há, uma estrela que escorre das nossas mãos para o eixo dos nossos peitos. Quando a luz do teu corpo colide contra a sombra do meu dá-se uma transacção de átomos. É estranha, a forma suicida dos mesmos. Há, no sonho uma floresta prateada com ramagens vermelhas cobertas de prata até aos tornozelos, como neblina nas sardas do teu corpo. É estranha a rotação de imagens exposta à tua luz. No sonho, nesta nocturna vigília existe sempre uma testemunha…uma estrela de mil colisões…cúmplice dos amantes…Lua das cativas paixões…
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
AcreditO
Acredito que haja no amor eternidade, como cavalos brancos trovejando dentro das pedras, alados seres de asas cavadas que procuram a energia e luz daquela heroína das fábulas. Acredito que haja no espaço sideral um violino que ecoa na pele das estrelas, um parapeito onde o Universo se inclina para admirar a orla da Lua, sentença e doutrina, corda de um novelo colado à loucura…à procura da palavra Amar. Acredito na parábola dos olhos, aquelas bolhas que os astrónomos ignoram e ousam desvendar. Acredito que a gramática desmantelada é sombra do nosso segredo, gesto e memória, quando não é a treva que rutila numa desordem geral de traços e linhas indefinidas de um coração. Acredito que somos testemunhas do crime que cometemos, que por vezes, é nos árduo olhar para dentro e julgar o seu retratista. Acredito que muitos desconhecem a cor incendiada que mora num cabelo, incêndio que para mim, é como o primeiríssimo Sol, um vislumbre dentro de um sonho, formigueiro que se esconde sob os versos da língua ou sorriso que inflama o horizonte num eterno pôr-do-sol. Acredito que o amor jaz em toda a laje banhada pela maré, limo ou vincada alga à deriva da sua fé, que à soleira do sonho mora a vertigem, o avesso da mão que empurra a tristeza que ele deixa, que contrai e espreme num purpúreo gotejar de dor, preciso é, conhecer o principio e fim, manhã e noite, pétala e raiz para digerir lentamente este desamor. Acredito que os astros se apoderam do nosso corpo, um frasco com a nossa vida dentro e que a meio de um sonho se estilhaça noutra dimensão, talvez numa outra Lua, pétala ou até num prisma de cores em aluada explosão. Acredito que o amor é a máxima aceleração que sentimos no coração, mas sujeito está à incerteza do sentimento, quanto mais sabemos acerca da sua velocidade, menos sabemos da sua posição. É em tudo isto que acredito, mas isso sou eu…talvez um homem ou um Mago…talvez tudo e talvez nada….
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
AnalogilhA
As palavras desta terra são vinha, imprevista vertigem, urze e faia de esplendorosa erosão. A mesa de basalto é fulgor de um Sol ancião…Ah, muitas foram as almas que beberam a água, a ultima gota deste eterno coração. Um pássaro branco atravessa a ilha nos olhos de uma criança, um cabelo solta-se, filamento de uma coroa em cintilação onde alguém acena com uma lenço de água rente a uma nostalgia. Uma ilha é um coração, verbo de mulher e enredo de eucalipto no vórtice da mão. Digo, ser ilhéu, é ser olhar, alma e corpo da ilha, é ser pedaço, sonho e melancolia, é ser marouço descalço na luz do dia e, semente de um ribeiro no olhar da solidão, é ser lonjura e ausência, fragrância e inocência, ou voz que se queda no silêncio de um lábio em aromas de excitação. A memória escurece o olhar, um rumor ecoa no chão, penumbra e encanto em mística deambulação, cântaros de letras partem e derramo a profecia numa guitarra contra a noite, traço de uma lágrima que entardece no clamor de um acoite. Morri e renasci mil vezes e, no amor renasci outras mil, ardo e respiro, acalmo e suspiro, mas caminho no teu destino, candura de uma noite ou chuva colorida entre o fogo que nos consome e o êxtase fugidio. Saibas, minha Ilha, ninguém vê como eu a sombra tombada nos pátios do teu coração, o segredo do teu nome, a estação do teu olhar ou a descalça palavra que arde nos destroços da tua frágil perturbação. Ente nós, existe um tinir de sinos, uma melodia solar, uma concha de idílico beijar, chapéu de rosas em abas de cumplicidade, entre nós, existem silhuetas que adormecem nos jardins da nossa silenciosa eternidade. Solto nas folhas dos jarro o silêncio do meu pensamento, a humidade dos meu olhar…liberto o passado, a insónia junto ao fogo, a íngreme baía do nosso encantamento…deixo na maré as minhas letras…para encontrarem o sonho…a semente do teu pensamento…
sábado, 8 de dezembro de 2007
AmenA
Extrema é a brandura de acordar nos lagos do coração, onde o sol da alvorada é súbito recordar de uma sina, paraíso perdido onde a pressa cresce torneando-te numa mulher sendo ainda menina, som e susto, lâmina ardente onde o gesto é beijo que pinga em elevação. É uma inquietude inteira, este abraço de brasa acesa onde o fogo se perde no crepitar de uma lareira…Ah, ninho de amor, qual Olimpo torneado em mítica grandeza, poeira me é, quando comparado ao olhos da tua beleza, saibas, que troco os sonhos de todos os deuses por um pequeno naco de um beijo teu, o sorriso da lua por uma sombra do teu aconchego e o aroma do ocaso por um filamento do teu cabelo. Embalo-me em amenas águas e uno a rosa ao coração, troco o tempo pelas asas de um voar perfeito, na jarra enfeito as cores de um pavão em delírio e converto o punhal numa pena onde escrevo com as mais belas letras da paixão. A lágrima de um cisne, é voraz desejo que amassa o coração, agrura de uma vida e viagem ao cume da emoção. Perco-me na tua pérola, seja ela névoa, cela ou ainda rosa ruiva e amarela. Ignoram muitos, que amar é querer além da fantasia, é amar em si e não saber de tanto querer que um dia se vai morrer, é perseguir a paixão até ao fim onde nada mais existe para amar e ainda, poder amar um outro tanto até noutro corpo voltar a renascer. Não te digo, tanto quanto quero, nem quanto sonho, não te conto sequer porque imagino seres desejo de carmim na boca, é verdade, morro de sede perto dos teus lábios e a palavra prende-me na voz que fica rouca. Promete ficar sempre junto a mim desconhecendo o tiro e o disparo, confessa seres o fogo da paixão enquanto sou voo e desamparo, se o delírio for pouco acende estrelas no meu corpo debruçado e diz-me que o ponteiro parou no nosso desvario e se alguma vez sentirmos frio, então aquecer-nos-emos no peito do nosso apaixonado rosário. Doce cisne, deixa-me guardar o teu olhar, brotar as águas amenas e percorrer os lábios na vertigem do teu dorso, trocar a penumbra pelas penas do teu amar e deixar as minhas asas encontrarem a delicada sombra do teu pescoço…
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Arco de uma Íris
Falo da difusão de um sonho, de ti, como anjo que percorre a tela de uma moldura celeste e mergulha no antro dos meus escombros, falo-te, da personificação da letra enquanto impulso que geme do fervor dos meus sentimentos. Tu, que me entendes, que alcanças a plenitude do meu desejo e esvoaças no Universo dos meus Sonhos, saibas, hoje o corrupio pertence-nos, esta conspiração que retumba por entre as estrelas de uma galáxia em flor, onde me apercebo que és menina mulher, alma de uma mente invicta e pássaro de voo divino. Hoje, apercebo-me que és tanto, que és calor de uma alegria, frescura de um arvoredo, és alma sonhadora que me aquece no seu manto. És, linguagem da vida, ser do meu mundo, deusa do encanto e diamante do mais profundo. Hoje, agasalhas-me num sonho teu, num desejo que me adormece no vermelho sofá de um búzio e, embalas-me na tinta, na paleta de uma tela onde a eternidade é jardim no teu olhar, na curvatura de um devaneio, no Arco de um vestido que é Íris de uma lua adornada pelo sorriso da cor. Hoje, és tu a melopeia, que me acaricia e faz a alma do coração deslizar no anel que é mescla de uma essência cuidada, e viajo, viajo sem receios, sem aquele tumulto que flutua na inconstância de mim, sem matéria, onde o meu espírito encontra o teu, na esfera de uma névoa que abraça as luzes, as chuvas de uma ópera de saudade, ou o marulho de um beijo de ondas delicadas e suaves, e achamo-nos na noite, onde mergulhamos na fundura, no abismo do coral onde as estrias cromadas da lua penetram nas águas…incendiando os nossos espíritos, numa paz que é gravação eterna, que é luminosa poesia que ferve no esculpir, no borbulhar de uma folha, onde se perpetuam as 7 letras 7 lágrimas…7 sentires……………..7 beijos…7 sorrisos………………7 olhares...7 corrupios…e são estes, os encantos que edificam…a palavra que nos abraça e se chama....Saudade…
domingo, 4 de novembro de 2007
Vale dos anjoS
É no vale da eternidade que flutuam anjos inocentes, aneladas donzelas que ao peito carregam a flor do sonho, atiço de uma vereda candente, de um caminho onde meu corpo adormece e a alma transponho. O azul vai alto, na brandura de um momento onde a natureza fulmina a expressa criatura, sincero é o sobressalto, que amanhece no olhar da madrugada loucura. A cada coração que passa um anjo oferece o jasmim embrulhado em ramos de ventura. Longa é a asa que me conduz, ao olhar que enfeita a fogueira, pranto de um riso que seduz, que me despe a alma em pacifica brincadeira. Do seu sopro soltam-se bálsamos de um mar em espirais, que me despenteiam e assaltam o corpo em novelos de arrepios outonais, rajadas que me colam as vestes e moldam a sua imagem, ficando o lábio que o beijo lança na sua voragem. Em sossego o jardim estende-se sobre a rede, por entre árvores e brumas de montanhas vestidas, é no clarão que ardem fábulas de salvação, amores em sede, ânsias que jorram em paixões rendidas. Pedes-me, a palavra que esquadra cada aresta do nosso espírito informe, as letras de fogo que declaro como um arado que sulca as terras do nosso prado, a sombra de uma tela que dorme, a sílaba que contorce e eclode na melodia de um beijo alado. Refugiamo-nos no vestido do azul em fervor, como um falcão que esbarra no fulminar do amor, e movemo-nos numa fina poeira de madrepérola que estremece, num deslumbramento que nos agarra o olhar e o coração enobrece. Juntos escutamos o jogo das ondas em compassos delirantes, e unidos, lançamo-nos no vórtice de um abraço apaixonante, como ilhas de amor eterno, espelho dos que voam em sentimento fraterno, nas asas em esplendor, nas almas que flutuam no vale do amor…
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