sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Arco de uma Íris


Falo da difusão de um sonho, de ti, como anjo que percorre a tela de uma moldura celeste e mergulha no antro dos meus escombros, falo-te, da personificação da letra enquanto impulso que geme do fervor dos meus sentimentos. Tu, que me entendes, que alcanças a plenitude do meu desejo e esvoaças no Universo dos meus Sonhos, saibas, hoje o corrupio pertence-nos, esta conspiração que retumba por entre as estrelas de uma galáxia em flor, onde me apercebo que és menina mulher, alma de uma mente invicta e pássaro de voo divino. Hoje, apercebo-me que és tanto, que és calor de uma alegria, frescura de um arvoredo, és alma sonhadora que me aquece no seu manto. És, linguagem da vida, ser do meu mundo, deusa do encanto e diamante do mais profundo. Hoje, agasalhas-me num sonho teu, num desejo que me adormece no vermelho sofá de um búzio e, embalas-me na tinta, na paleta de uma tela onde a eternidade é jardim no teu olhar, na curvatura de um devaneio, no Arco de um vestido que é Íris de uma lua adornada pelo sorriso da cor. Hoje, és tu a melopeia, que me acaricia e faz a alma do coração deslizar no anel que é mescla de uma essência cuidada, e viajo, viajo sem receios, sem aquele tumulto que flutua na inconstância de mim, sem matéria, onde o meu espírito encontra o teu, na esfera de uma névoa que abraça as luzes, as chuvas de uma ópera de saudade, ou o marulho de um beijo de ondas delicadas e suaves, e achamo-nos na noite, onde mergulhamos na fundura, no abismo do coral onde as estrias cromadas da lua penetram nas águas…incendiando os nossos espíritos, numa paz que é gravação eterna, que é luminosa poesia que ferve no esculpir, no borbulhar de uma folha, onde se perpetuam as 7 letras 7 lágrimas…7 sentires……………..7 beijos…7 sorrisos………………7 olhares...7 corrupios…e são estes, os encantos que edificam…a palavra que nos abraça e se chama....Saudade…

domingo, 4 de novembro de 2007

Vale dos anjoS


É no vale da eternidade que flutuam anjos inocentes, aneladas donzelas que ao peito carregam a flor do sonho, atiço de uma vereda candente, de um caminho onde meu corpo adormece e a alma transponho. O azul vai alto, na brandura de um momento onde a natureza fulmina a expressa criatura, sincero é o sobressalto, que amanhece no olhar da madrugada loucura. A cada coração que passa um anjo oferece o jasmim embrulhado em ramos de ventura. Longa é a asa que me conduz, ao olhar que enfeita a fogueira, pranto de um riso que seduz, que me despe a alma em pacifica brincadeira. Do seu sopro soltam-se bálsamos de um mar em espirais, que me despenteiam e assaltam o corpo em novelos de arrepios outonais, rajadas que me colam as vestes e moldam a sua imagem, ficando o lábio que o beijo lança na sua voragem. Em sossego o jardim estende-se sobre a rede, por entre árvores e brumas de montanhas vestidas, é no clarão que ardem fábulas de salvação, amores em sede, ânsias que jorram em paixões rendidas. Pedes-me, a palavra que esquadra cada aresta do nosso espírito informe, as letras de fogo que declaro como um arado que sulca as terras do nosso prado, a sombra de uma tela que dorme, a sílaba que contorce e eclode na melodia de um beijo alado. Refugiamo-nos no vestido do azul em fervor, como um falcão que esbarra no fulminar do amor, e movemo-nos numa fina poeira de madrepérola que estremece, num deslumbramento que nos agarra o olhar e o coração enobrece. Juntos escutamos o jogo das ondas em compassos delirantes, e unidos, lançamo-nos no vórtice de um abraço apaixonante, como ilhas de amor eterno, espelho dos que voam em sentimento fraterno, nas asas em esplendor, nas almas que flutuam no vale do amor…